terça-feira, 30 de agosto de 2011

~ As Origens Irlandesas do Brasil ~


 (Roger Casement - líder nacionalista irlandês e ex-cônsul britânico na África e América do Sul) 

Em outubro de 1999, tive a oportunidade de ler o artigo intitulado As Origens Irlandesas do Brasil, assinado pelo líder nacionalista irlandês e ex-cônsul britânico na África e América do Sul, Roger Casement. O texto, escrito em Belém do Pará, em 1908, e pinçado recentemente dos arquivos da Biblioteca Nacional da Irlanda pelo historiador escocês Angus Mitchell, defende uma outra explicação para a origem que deu nome às terras ‘descobertas’ pelos portugueses: Brasil.
Intrigado, iniciei uma busca, seguindo os passos sugeridos por Roger Casement, por uma velha trilha esquecida pela História, digamos oficial, e que me levaria a um mundo fantástico, riquíssimo em lendas, imaginação e sabedoria popular.
A pesquisa traz à tona uma explicação diferente daquela que todos nós, brasileiros, aprendemos na escola de que o nome do nosso país veio do pau-brasil – uma árvore, hoje em extinção, de onde se extraía um pigmento que tingia de vermelho a nobreza européia.
Uma centena de livros e websites depois, fica muito claro que a palavra Brasil, assim, com todas as letras que conhecemos, já existia muito antes da chegada de Pedro Álvares Cabral nas praias da Bahia. Ela deu nome a uma ilha imaginária que se acreditava existir no litoral oeste da Irlanda e que poderia ser vista da beira-mar a cada sete anos.
A tradição é muito antiga, fruto talvez de uma miragem, e foi incorporada pela cultura dos povos Celtas, que circularam pela Europa há cerca de 3000 anos.
Mais do que um simples punhado de terra cercado de água por todos os lados, a Ilha Brasil foi um lugar mitológico, mágico, sagrado, considerado morada de fadas e duendes. O próprio nome viria de um semideus – Braesal – considerado o grande rei do mundo e que vivia no país chamado Hy-Brasil (Hy vem de i, abreviação de island – ilha). A Ilha Brasil pode ser vista hoje como uma representação simbólica do chamado ‘Outro Mundo’, uma expressão cunhada pelos Celtas para explicar o inexplicável. A morte, para eles não significava o fim. A vida continuava neste outro mundo, que ficava em algum lugar, aqui na Terra, como na Ilha Brasil.

(Texto extraído do livro Uma Ilha chamada Brasil, de Geraldo Cantarino.)

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