quinta-feira, 11 de agosto de 2011
~ Coisas que o Dinheiro não Compra ~
O dinheiro pode comprar alguma felicidade - que tal um Jaguar na garagem? -, mas não o dom da alegria. Ninguém pode pagar pelo que a vida oferece de graça. 'A felicidade é igual no súdito e no rei', disse o poeta inglês Alexander Pope.
Mesmo assim, muitos adiam a apreciação das fugazes recompensas da vida até acharem que têm dinheiro suficiente no banco.
Não conseguem ter prazer em dormir até tarde num dia de semana, a não ser que seja feriado. E sentem-se culpados ao aproveitar uma folga na viagem de negócios para ir pescar - afinal, só gente rica pode se dar ao luxo de não fazer nada. Deixar o celular em casa ao tirar cinco dias de férias, então, está fora de questão.
Se parar para pensar, vai ver que não faz sentido. As pessoas economizam para ter segurança de apreciar as coisas que o dinheiro não compra. Por que não se dar permissão para tomar o que se é oferecido de graça? Por que as pessoas acham que têm de comprar alegria?
Tudo bem, invente desculpas para não ser capaz de relaxar com mais frequência. A prestação da casa. A escola das crianças. Os impostos. O carro. Sem falar no ventilador que precisa ser trocado. Tudo verdade. Mas, por mais urgente que pareça, a pressão financeira não é a única explicação para estarmos constantemente trabalhando. Na verdade, acreditamos que temos de consquistar o direito ao prazer. Quando se trata de sentir alegria, não queremos aceitar esmolas de deuses benevolentes.
E não culpe a ética religiosa por sua incapacidade de desfrutar o prazer de estar vivo. Há 25 séculos, na Grécia antiga, o filósofo Epicuro já pregava a alegria de viver isenta das amarras da opulência. Na refinada escola do hedonismo que fundou em Atenas, a bebida comum era água, e um pão simples de cevada era repartido entre os alunos.
Mesmo quem tem tudo - e dispõe de meios para ter o melhor - pode descobrir a satisfação de viver de maneira simples e, ao mesmo tempo, confortável.
Com menos dinheiro no bolso, você se sentirá liberado para fazer alguma coisa boba, como comer algodão-doce, ir à uma matinê no cinema, ou sentar sob uma árvore para ler um bom livro.
(Texto extraído do livro A Arte de Viver o Momento, adaptado por Marcinha)
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