domingo, 27 de novembro de 2011

~ Telegrafia do Pensamento ~


Quem é que na Terra sabe de que maneira se produziram os primeiros meios de comunicação do pensamento? Como foram inventados, ou melhor, encontrados? Pois, nada se inventa, tudo existe em estado latente; cabe aos homens procurar os meios de colocar em uso as forças que lhes oferece a Natureza. Quem sabe o tempo que foi necessário para se servir da palavra de uma maneira completamente inteligível?
O primeiro que soltou um grito inarticulado tinha bem uma certa consciência do que queria expressar, mas aqueles aos que ele se dirigia não compreenderam, primeiramente nada; só depois de uma longa sequência de tempo é que houve palavras convenientes, depois frases abreviadas, depois, enfim, discursos inteiros. Quantos milhares de anos não foram necessários para chegar ao ponto em que a humanidade se encontra hoje? Cada progresso no modo de comunicação, de relação entre os homens, foi constantemente marcado por uma melhora no estado social dos seres. À medida que as relações de indivíduo a indivíduo se tornam mais estreitas, mais regulares, sente-se a necessidade de uma outra forma de lingagem mais rápida, mais capaz de colocar os homens em relação instantânea e universalmente uns com os outros. Por que o que acontece no mundo físico da telegrafia elétrica, não aconteceria no mundo moral, de encarnado a encarnado, pela telegrafia humana? Por que as relações ocultas, que unem mais ou menos, conscientemente, os pensamentos dos homens e dos espíritos, pela telegrafia espiritual, não se generalizariam entre os homens de uma maneira consciente?
A telegrafia humana! Eis, certamente, com o que provocar o sorriso daqueles que se recusam a admitir tudo o que não passa pelos sentidos materiais. Mas o que importam as zombarias dos presunçosos? Todas as suas contestações não impedirão as leis naturais de seguirem seu curso e de encontrar novas aplicações à medida que a inteligência humana estiver apta para sentir os efeitos.

(Texto extraído do livro Obras Póstumas, de Allan Kardec)

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