segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

~ Joyce e Woolf: Clássicos de Um Dia - Parte I ~



Há exatos 130 anos, em 1882, o mundo presenciou a chegada de dois grandes nomes da literatura mundial. Cada um em seu país, com suas características e suas obras-primas.
Primeiramente, no dia 25 de janeiro, Londres tornou-se a cidade natal de uma das maiores representantes do modernismo na literatura: Virginia Woolf. Já no mês seguinte, no dia 2 de fevereiro, Dublin recebeu aquele que mais tarde seria considerado um dos autores de maior relevância da literatura mundial: James Joyce.
Apesar das (poucas) semelhanças e muitas diferenças que há entre a vida e a obra dos dois autores, um ponto específico mantém contato entre seus trabalhos. O principal livro de ambos tem uma peculiaridade em comum: as tramas se desenrolam em um único dia.
Além de certa proximidade geográfica, os dois autores também apresentam algumas semelhanças, tanto em suas biografias como em suas obras. Joyce e Woolf eram filhos de famílias abastadas em seus países. Porém, em razão de uma série de fatores, a família de Joyce se viu ruir financeiramente, o que levou o jovem autor a se aprofundar nos estudos, para garantir a bolsa na Universidade de Dubin, onde também se aproximou dos meios teatrais e literários.
A mesma paixão pela litaratura movia Virgina Woolf, principalmente após seu casamento com Leonard Woolf, com quem funda a Editora Hogarth Press, que revelou autores que entrariam no seleto hall de grandes nomes da literatura mudial, como Katherine Mansfield e T.S. Elliot.
Porém, as semelhanças pessoais entre os dois terminam por aí. Enquanto Virginia sofria de depressão e se enclausurava para poder escrever seus livros, James Joyce era frequentador assíduo da boêmia noite irlandesa, passando muitas madrugadas pelos bares e ruas da cidade.
Já no campo estético, a proximidade entre os dois autores acontece principalmente pelo fato de ambos pertencerem à mesma escola literária. O modernismo estava em voga, e ambos seguiam as tendências dessa manifestação literária.
Virginia foi uma pioneira no uso do Fluxo de Consciência na literatura, um recurso que mescla ações do cotidiano com impressões pessoais momentâneas. Tal artifício literário foi utilizado posteriormente por diversos autores, como o próprio James Joyce. O autor irlandês utilizou o fluxo de consciência principalmente em sua obra poética.
Mas, a principal semelhança entre os autores está em suas obras-primas. Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, e Ulysses de James Joyce. Toda ação é ambientada em um único dia. Clarissa Dalloway e Leopold Bloom se tornaram clássicos da literatura com apenas 24 horas.

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