Somos bombardeados diariamente por textos que definem o que é ser mulher ou o que é ser homem.
Os primeiros evidenciam a sensibilidade evidente feminina, seus encantos, seus receios, seus sonhos e desamores.
Já aos que vem de Marte sobram a brutalidade, insegurança que é peculiar aos ditos machos, as cantadas desconexas e muitas vezes um humor idiota, quase retardado.
Muito já foi dito sobre o fascínio que as mulheres exercem sobre nós, meros súditos de tais realezas, incontáveis loucuras e noites foram lançadas em devaneios de como conquistar uma deusa...
Tudo em vão. São elas quem nos elegem.
Somos vulneráveis aos seus encantos.
Não posso versar com propriedade sobre o que é ser mulher, mas confesso que não gostaria de sê-lo. Não, não é desmerecimento ou algum tipo de crítica, pelo contrário.
Ser mulher é algo tão difícil de imaginar para nós. O mundo feminino é mais complexo; mais recheado de detalhes coloridos; são capazes de ver e sentir tudo ao seu redor e ainda permanecerem altivas; são esposas, mães, profissionais e donas de casa e amantes... E ainda esperam um príncipe encantado montado em um cavalo branco. Sempre conscientes, gentis e delicadas.
Sem falar nas provações impostas pela natureza ou evolução dos tempos: TPM, cólicas mensais, gravidez, parto... Ufa! E nós?
Ser homem não requer muito estudo... Geralmente somos o cavalo montado em príncipes. Muito mais fácil... Somos imaturos, inseguros, não ligamos no outro dia, sem apego, não planejamos nada, sem conflitos, sem DRs, irracionais, estúpidos, quase vazios... A maioria.
Será porque não temos essa consciência?
Se pararmos para pensar sobre isso veremos que não é muito fácil ser homem... Opss, mas homens não param para pensar... Seguimos.
Na verdade, noto que é muito difícil ser humano, de fato. Somos um turbilhão de pensamentos e emoções em ebulição, queremos respostas para tudo e não queremos perguntar nada a ninguém.
Vivemos em hipocrisias continuas e diárias, alimentadas por nossa vaidade e auto-exclusão. Preferimos não nos envolver nisso ou naquilo ou com alguém. Isolamento sadio, quase um TOC.
Somos complexos demais em nossa pseudo-simplicidade, homens e mulheres, mas as mulheres...
A grande diferença que noto é que elas não querem essa condição humana. Ela é a evolução do humano. Sente, pensa, elabora, age e cuida... Zela.
Humano é vil, fraco, arrogante, mata, destrói, engana, traí, consume... Predador. Homem. E justifica seus atos nesse conceito.
A mulher questiona e tenta fazer diferente. É gentil, carinhosa e não se sente fraca por isso.
E mais, nos policiam em nossa natureza vazia, mesmo que indiretamente.
Nossas vidas seriam melhores se fossemos um pouco mais mulheres.
(Texto de Alexandre Melo)
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