quarta-feira, 19 de outubro de 2011

~ As Regras ~


Espero que você não interprete mal o que eu vou dizer. Não estou lhe passando nenhum sermão e não pretendo ser melhor do que ninguém. Tudo o que eu estou tentando fazer é chamar a atenção para o fato de que esse ano, esse mês, ou, bem mais provavelmente, hoje mesmo, falhamos em pôr em prática o tipo de comportamento que esperamos das outras pessoas.
Existe todo tipo de desculpa para nós. Aquela vez em que você foi tão injusto com as crianças, foi porque você estava cansado. E o que você havia prometido fazer para um velho conhecido e nunca fez - bem, você nunca o teria prometido se soubesse o quão terrivelmente ocupado estaria.
E quanto ao seu comportamento em relação à sua esposa (ou marido), ou irmã (ou irmão), se eu soubesse o quanto eles poderiam tornar-se irritantes, não me admiraria, pois, afinal de contas, quem é que eu estou pensando que sou? Sou igualzinho aos outros. Isto é, eu não sou sempre bem-sucedido em observar as leis da natureza. No momento mesmo em que qualquer um me diz que eu a estou quebrando, a minha mente produz um turbilhão de desculpas. A questão que me interessa no momento não é se as minhas desculpas são boas. O fato é que se trata de mais uma prova de quão firmemente, quer queiramos ou não, acreditamos na lei da natureza.
Se não acreditamos no comportamento correto, por que ficamos tão ansiosos em apresentar desculpas quando não procedemos corretamente?
A verdade é que acreditamos tanto na retidão - que não suportamos encarar o fato de que a estejamos quebrando e, consequentemente, tentamos fugir à responsabilidade.
Você está percebendo que é só por causa do nosso comportamento que buscamos todas essas explicações. Atribuímos somente ao nosso mau humor o fato de estarmos cansados, com medo ou fome; o nosso bom humor, atribuímos a nós mesmos.

(Texto de C.S. Lewis)

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