terça-feira, 20 de dezembro de 2011

~ Revelação ~


Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não é apenas incompatível com a justiça de Deus, que tornaria todos os homens responsáveis pela falta de um só, ela seria um contrassenso, ainda menos justificável porquanto, segundo essa doutrina, a alma não existia na época a que pretendem fazer remontar a sua responsabilidade.
Com a preexistência e a reencarnação, o homem traz, ao renascer, o germe das suas imperfeições passadas, dos defeitos que não corrigiu e que se traduzem pelos instintos naturais, pelas tendências para um ou outro vício. É esse o seu verdadeiro 'pecado' original, do qual sofre naturalmente as consequências, mas com a diferença fundamental de que sofre a pena de suas próprias faltas e não a da falta de outrem; e com outra diferença, ao mesmo tempo consoladora, encorajadora e soberanamente justa, a de que cada existência lhe oferece os meios de se redimir pela reparação e de progredir, seja despojando-se de alguma imperfeição, seja adquirindo novos conhecimentos, e assim até que, estando suficientemente purificado, não tenha mais necessidade da vida corporal e possa viver exclusivamente a vida espiritual, eterna e bem-aventurada.

(Texto extraído do livro A Gênese, de Allan Kardec)

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